domingo, 20 de julho de 2008

Pemanecer sem continuar.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Usuária ou dependente?

Talvez seja a mais pura verdade, nos meus momentos de intensidade, me drogo de mim mesma, achando que estou sentindo tudo, mentira, me drogo, não sinto nada!
A euforia que me acomete, passa... Depois, me encaro, sou dependente de mim mesma, não sei se vou conseguir parar de me usar, ou se me usar é meu modo de viver.
Na intensidade, há tanta cor que pouco consigo distinguir, há música ininterruptamente, extroversão e verborragia.
Quando passa a euforia, as cores já podem ser vistas, a música fica baixinha ou pára, fico introvertida e escrevo.
Se estou escrevendo agora significa que estou num desses momentos de introversão, cada um desses momentos têm uma cor, nenhuma cor têm significado único, posso estar num momento preto ou roxo ou amarelo, creio que agora estou num momento cinza.
A cor cinza pode simbolizar o medo ou a depressão, mas é também uma cor que transmite estabilidade, pois é, no momento estou estável.
Quando estou eufórica, as cores são vibrantes e se misturam numa grande aquarela, é exatamente nesse momento, tanta intensidade, tão pouco foco.
Sinto absolutamente tudo e relativamente nada. Penso e falo, falo e penso. Somente tenho poucos segundos entre fala e pensamento, nesses segundos não me ouço, sigo em frente, passo para outra música rapidamente, para outro sentimento, para outra cor.
Admito já fui viciada, completamente dependente, usava sim minha euforia para me comunicar, era o meu único veículo, então aproveitava ao máximo, usei-a de modo abusivo por muito tempo, tive algumas overdoses de mim mesma.
Hoje estou buscando recuperação, aprendendo a me usar, vivendo um dia de cada vez, me dosando homeopaticamente, assim meus altos não serão tão altos e meus baixos não serão tão baixos Se um dia serei linear? Espero que não. Quero ser usuária e não dependente.

Quem sou eu ?

Eu não posso responder isso, somente posso dizer que não sou, somos, nós Luzia e Elisa formamos um ser. Que está Lá, aonde? Sei lá.
Luzia e Elisa às vezes se complementam, às vezes se sobrepõe, saber se uma vive sem a outra é praticamente indeterminado porque ambas ligam com a vida da forma mais diversa.
Elisa é a sentimental que está se esforçando arduamente para obter a aprovação de todos, ela normalmente está presente de dia, apesar de não suportar acordar, sempre prefere ficar na cama sonhando, e dá um trabalhão para Luzia para nos tirar da cama, Elisa age dessa forma porque tem medo, de que? De quase tudo. Elisa não olha as pessoas nos olhos, é muito tímida e medrosa para isso.
Luzia é aquela que é forte, extrovertida e desbocada. Ela não tem medo de nada, e este seu comportamento se torna auto destrutivo, aí Elisa entra em ação e ficamos sentindo uma culpa terrível, mas Luzia sempre nos leva para casa. Luzia nos força a olhar para os olhos, porque se o fizermos ninguém vai desconfiar da nossa relação esquizóide com o mundo, ela a todo momento tenta nos faz parecer normal, mas ela própria não consegue, porque ela é livre, não busca aprovação e ela simplesmente não se importa, somente quer parecer e não ser.
Elisa lamenta o comportamento de Luzia. Luzia xinga Elisa. Luzia adora Elisa às avessas. Elisa queria ser Luzia. Uma não vive sem a outra, mas ambas estão em um em extremo de uma linha que está Lá entre o existir e o desistir, vida e morte, amor e ódio, calma e inquietude, entre outros pares de opostos...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Terapia é terapêutico?

Psicanalistas de plantão, resolvam minha vida, sou eu mais uma histericazinha histericando, serei bipolar,esquizofrênica, tenho a síndrome de boderline?Acho que estou desenvolvendo pânico de ter síndrome do pânico. O prozac irá me curar ou a certralina, ou o rivotril ou o alprazolan? Façam a receita.
Sofro, não sei o porquê, tenho um problema crônico, tenho dificuldade de viver, de conviver, de acordar todo dia, almoçar e jantar. Sou um desastre ambulante, esperando a cura, a terapia, o tratamento, seja lá o que for. Tentarei, não sei o que será, talvez seja falta de medicação, ou de meditação ou de internação.
Estou à procura de um tratamento, de uma cura, queria curar-me, vou buscar ajuda. Freud? Jung? Lacan? Nietzsche? Será que eles não precisavam se tratar? Psicanalistas, digam-me quem são vocês? Serão vocês capazes de me curar e do que consiste a cura?
Quando penso em cura, penso na Adriana, quem é Adriana? Adriana é uma menina que trabalhei e que tinha a mesma função que eu e uma vida similar, aparentemente. Essa pessoa é simplesmente linear, todo dia com mesmo semblante. Considerada para muitos o símbolo da perfeição, para mim ela é um robô.
Talvez eu tenha que me mecanizar, acordar todo dia bem disposta, ir para a academia, trabalhar, estudar, tomar chá, passear com o cachorro, sempre sorrindo, comer legumes e frutas, unhas e cabelo sempre impecáveis, ter um namorado, não dizer palavrões e quem sabe ter uma crença.
Não sei se a cura está nessa disciplina, será que a Adriana também não sofre? Quais serão os conflitos dela? Será que meu símbolo de perfeição e promessa de cura existe, será que uma pessoa pode estar livre de conflitos, ou se tem conflitos, existirá uma forma ideal lidar com eles?
Talvez a terapia seja a solução dos meus problemas, sentar-me no divã e falar tudo que se passa na minha cabeça, falar sobre minha relação com meu pai, com minha mãe, dos meus medos e traumas, aí quem sabe eu não ganho um diagnóstico, ao menos esse diagnóstico será uma certeza.
Resolvido, quero uma certeza, digam-me então, que sou, assim poderei buscar uma cura, somente dessa forma haverá uma solução, me curem então. A pergunta que me faço, é : que pessoa me tornarei quando curada? Creio que não conseguirei me tornar linear.
Psicanalistas, um dia eu tento de novo, agora não... Não sou a Adriana, não sou todo mundo, se meus conflitos são saudáveis ou não, não tenho certeza, e a certeza de vocês vou só vislumbrar. Vou contemplar a possibilidade de que vocês tenham a resposta. Caso, a reposta de vocês não me servir, sempre haverá outra forma, meus pais acham que eu sou assim por falta de ser batizada, na dúvida no meu leito de morte eu me batizo, e morro sem pecados ou conflitos ou sei lá...

Senso Incomum

Uma simples ida a padaria, encontro uma vizinha que me pergunta:
-Como você anda, respondo:
Firme e fraca.
Ela então, fala:
- É assim mesmo minha filha, você é bonita, só falta um namorado, né?
Respondo:
-É, antes só do que mal encontrada.
Minha resposta logo desencoraja a pobre senhora, que me deseja um bom dia e vai embora.
Não queria ser austera, só não poderia responder o que ela gostaria de ouvir.
Ela é uma feliz afortunada por ter respostas seguras.
Eu só tenho metáforas e analogias.
Ela tem ditados populares infalíveis.
Eu posso parafraseá-los, no entanto posso vir a chocar-me com o senso comum.
Por que?
Porque eu não sou todo mundo, nessa dança por pares.
Fico então ímpar, me tornando assim, o senso incomum.
Sendo ímpar a jornada se torna um pouco complicada, fica a mercê do julgo dos pares.
Que afirmam terem mais divisores, dizem que se encontram mais.
Confirmo, espero meus múltiplos, fico numa constante busca.
Às vezes tento ser par,mas só consigo terminar em zero.
Aí, me pergunto zero é par?
Disseram-me uma vez que ele era um número neutro.
O ideal então para me tornar comum é ser neutra?
Se me tornar zero, chegarei ao confortável senso comum.
No entanto, percebo que se me tornar zero, me tornarei uma dúvida.
Então concluo que nunca chegarei a me tornar par, no máximo chego a zero, mas na dúvida, prefiro continuar ímpar.

Conto

Que conto nesse conto, não sei contar. Retificando: sei contar, talvez isso não sirva para um conto, ou talvez seja o mais importante fato: contar. Vou começar então contando: 60 kg, 200 ml de café, 8 cigarros, 1/8 de pai, 3/8 de mãe e 1/2 de amigos .
Conto ou não conto, se conto você me conta? Conta-me, então? Que conta? Eu às vezes conto, às vezes me contam.
Que fazer da vontade de contar, acho que devo começar a contar então de outra forma, talvez da forma como sempre foi contado.
Alguém sabe como? Primordialmente, como contar?
Sei que devo começar a contar, mas como o farei?
Talvez devo começar o conto por uma unidade de medida, inventada ou que ainda não foi descoberta. A medida será: Perturbações Mentais, ou se você preferir: Pm.
Quantas Pm você já contou? Quantas já foram contadas? As que foram contadas são as que mais contam.
Se eu tenho 4 Pm e as multiplico por as suas 3 Pm, a resposta seria 12 Pm? Acho que não. E 20 Pm dividido por 5 Pm, são 4 Pm?Também não.
A unidade de medida Pm não obedece às leis da Matemática, nem da Física e muito menos da Lógica. Ela só pode ser contada, talvez num conto...

Aprendendo

Não tenho motivo algum de permanecer em uma sala de aula, me sinto presa, dentro de uma caixa. Não sou uma boa aluna, tenho minha própria luz, talvez, ou não sinto vontade de ser iluminada, funciono no meu tempo, no meu espaço.
Foda-se, cronos, foda-se o calendário, foda-se. Só não sei o significado de tudo isso, estou mentindo.
Quero muito acreditar na negação do tempo, ele me sufoca, me angustia. Como você se relaciona com o tempo? Me ensina? Mas provavelmente se você começar a me ensinar, eu vou desconstruir o seu conceito, ficando mais confusa.
Já sei, eu odeio o que não posso controlar, descobri que a mudança é o pior dos males, quando dia se torna noite, a noite se torna dia, quando o ano começa e outro termina. Agora estou saindo da euforia da chegada, e entrando na depressão da rotina, mudando e odiando a mudança. Sei que estou diferente, como se alguma coisa tivesse mudado dentro de mim.
Eu sei que não tenho o menor controle sobre o nascer do sol, assim como não tenho o menor controle sobre as estações do meu ser, chegou o inverno, estou nublada, cinza. Vou continuar. O porque eu não sei, talvez eu tenha aprendido em uma sala de aula, lá é o lugar que mais devaneio. Bem, será isso aprendizado?