sexta-feira, 18 de julho de 2008

Usuária ou dependente?

Talvez seja a mais pura verdade, nos meus momentos de intensidade, me drogo de mim mesma, achando que estou sentindo tudo, mentira, me drogo, não sinto nada!
A euforia que me acomete, passa... Depois, me encaro, sou dependente de mim mesma, não sei se vou conseguir parar de me usar, ou se me usar é meu modo de viver.
Na intensidade, há tanta cor que pouco consigo distinguir, há música ininterruptamente, extroversão e verborragia.
Quando passa a euforia, as cores já podem ser vistas, a música fica baixinha ou pára, fico introvertida e escrevo.
Se estou escrevendo agora significa que estou num desses momentos de introversão, cada um desses momentos têm uma cor, nenhuma cor têm significado único, posso estar num momento preto ou roxo ou amarelo, creio que agora estou num momento cinza.
A cor cinza pode simbolizar o medo ou a depressão, mas é também uma cor que transmite estabilidade, pois é, no momento estou estável.
Quando estou eufórica, as cores são vibrantes e se misturam numa grande aquarela, é exatamente nesse momento, tanta intensidade, tão pouco foco.
Sinto absolutamente tudo e relativamente nada. Penso e falo, falo e penso. Somente tenho poucos segundos entre fala e pensamento, nesses segundos não me ouço, sigo em frente, passo para outra música rapidamente, para outro sentimento, para outra cor.
Admito já fui viciada, completamente dependente, usava sim minha euforia para me comunicar, era o meu único veículo, então aproveitava ao máximo, usei-a de modo abusivo por muito tempo, tive algumas overdoses de mim mesma.
Hoje estou buscando recuperação, aprendendo a me usar, vivendo um dia de cada vez, me dosando homeopaticamente, assim meus altos não serão tão altos e meus baixos não serão tão baixos Se um dia serei linear? Espero que não. Quero ser usuária e não dependente.

Um comentário:

Carol disse...

quisera eu, também, ser somente usuária de mim mesma...