quinta-feira, 17 de julho de 2008

Senso Incomum

Uma simples ida a padaria, encontro uma vizinha que me pergunta:
-Como você anda, respondo:
Firme e fraca.
Ela então, fala:
- É assim mesmo minha filha, você é bonita, só falta um namorado, né?
Respondo:
-É, antes só do que mal encontrada.
Minha resposta logo desencoraja a pobre senhora, que me deseja um bom dia e vai embora.
Não queria ser austera, só não poderia responder o que ela gostaria de ouvir.
Ela é uma feliz afortunada por ter respostas seguras.
Eu só tenho metáforas e analogias.
Ela tem ditados populares infalíveis.
Eu posso parafraseá-los, no entanto posso vir a chocar-me com o senso comum.
Por que?
Porque eu não sou todo mundo, nessa dança por pares.
Fico então ímpar, me tornando assim, o senso incomum.
Sendo ímpar a jornada se torna um pouco complicada, fica a mercê do julgo dos pares.
Que afirmam terem mais divisores, dizem que se encontram mais.
Confirmo, espero meus múltiplos, fico numa constante busca.
Às vezes tento ser par,mas só consigo terminar em zero.
Aí, me pergunto zero é par?
Disseram-me uma vez que ele era um número neutro.
O ideal então para me tornar comum é ser neutra?
Se me tornar zero, chegarei ao confortável senso comum.
No entanto, percebo que se me tornar zero, me tornarei uma dúvida.
Então concluo que nunca chegarei a me tornar par, no máximo chego a zero, mas na dúvida, prefiro continuar ímpar.

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